Dezembro:

- Pois não, como vamos? Que bom, que bom. Boas festas, feliz natal, um bom ano novo, que tudo aconteça bem, tudo, tudo, que sua vida seja linda, que terremotos catastróficos e confusões mentais não toquem sua campanhia na noite de terça-feira.

   Então trago toda aquela conversa nostálgica mais uma vez. Talvez fosse mais apropriado deixar de lado todas as considerações sobre o tempo para os canais de televisão e seus especiais (que já são especiais há tantos e tantos anos) de fim de ano, mas não. Outra vez venho aqui reprisar outros mais de 300 dias.
   Há alguns meses atrás eu poderia me considerar uma jovenzinha eufórica por ter entrado na faculdade. Acreditava que a partir daquela linha que eu tinha cruzado (a que separa nós, universitários iluminados que assistem aulas em cadeiras acolchoadas, daqueles mortais que ainda estão sendo obrigados a sentar em suas cadeiras de madeira rabiscada e a ouvir baboseiras sobre tudo que a vida não é) eu poderia sentar, tomar um refrigerante e ver o tempo passar. Entretanto, podemos dizer que a universidade proporcionou algumas mudanças (e nem todas alimentaram essa minha parte preguiçosa).
  Não seria exagero algum falar que cresci mentalmente, que mudei. Acho que é notável, mas essa conversa não me agrada muito. Saber que cada dia o tempo passa mais rápido não é algo bom. Acho que hoje, mais do que nunca, sinto falta dos brinquedos coloridos, da falta de pudor e da esperança em um mundo melhor. Os anos passam e estou me parecendo cada vez mais com Eles..
  A racionalidade, o sentimentalismo, a vivência das estórias contadas. Talvez esses sejam os pontos que mais marcaram as mudanças nesses 300 e tantos dias. Toda a prática teórica, pronfunda estigmatização. Tudo hoje é abstruso, incoerente, sarcasmo inerente, blá, blá, blá.
  Apesar dos pesares, ainda encontro lugares escondidos. Pra lá eu vou fugindo dessas palavras que há menos 300 e poucos dias eram desconhecidas e irrelevantes.
  Um brinde ao ano novo. :)

3 comentários:

  1. Vou falar uma coisa que você pode não gostar muito, mas há um tempinho você não escrevia tão bem... voltou a falar como eu gosto =)

    Muito melhor que o post do meu blog, né?
    =*

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  2. Oi Nanda!
    Adoro esse estilo visceral de escrita! Ah, tbm vi os desenhos no outro blog... show!!! Menina talentosa, vai longe!!!
    Sucesso!

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  3. Mudar é conseqüência de viver e conviver.

    Por que esses textos de fim de ano sempre parecem ter um ar de tristeza?

    Mas muito bom o seu!

    Feliz ano novo.

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